domingo, 22 de maio de 2011

AYRTON SENNA

Ayrton Senna

Olá pessoal.

Tudo bem desde a nossa última conversa?!

Hoje, venho falar de umas pessoas mais fascinantes que eu pude acompanhar no esporte: Ayrton Senna.

Talvez, tenha sido o maior ídolo do Brasil. Disse talvez porque para os outros ele pode ter sido.

Para mim, ele FOI O MAIOR!!

Para o ex-piloto e TRIcampeão da F1, Niki Lauda, também. Aliás, é dele a frase estampada na capa do filme de Ayrton.

"Ele foi o melhor piloto que já existiu"


Lembro quando era pequeno, lá no final dos anos 80 e começo dos 90. Tinha apenas 8 anos em 1990, mas nessa época, já tinha algumas paixões. Futebol = São Paulo Futebol Clube que, curiosamente, comecei a torcer após ver o SPFC perder as finais dos Brasileiros de 89 e 90, mas vi o time jogar e principalmente vi Raí jogar. Claro, além de termos no banco (90) Telê Santana. Em 1991, chegamos pela terceira vez a final e nesse, então, faturamos. Mas isso é assunto para outro dia. Rsrs

Voltando.

A outra paixão era a de levantar todos os domingos para assistir corrida de F1 com meu pai (ele ainda levanta para ver. Na espera de surgir um outro grande piloto - mesmo que não seja nacional - por gostar do esporte mesmo; eu já perdi as esperanças).

A gente não levantava para assistir F1. A gente levantava era mesmo para ver ele. O maior de todos os pilotos de F1 da história, o mais rápido, o mais cordial deles, o mais agressivo - dentro da pista, o mais perseguido, um dos mais odiados e mais amados dentro da F1.


Você deve estar se perguntando o "porque" de eu estar aqui divagando sobre um assunto tão antigo, não é mesmo? Afinal, o nosso querido - da maioria - Senna se foi há 17 anos.

Pois bem meus caros leitores. Nesses dias que passaram, chegou até mim o filme dele. Não tinha conhecimento do mesmo. Aliás, tinha sim, mas não sabia que já havia sido feito. Lembro-me vagamente que estavam pensando em produzir e desde então nunca mais soube nada e tampouco procurei saber.

O filme é, na verdade, um documentário. Foi lançado no final do ano passado (2010). É totalmente EMOCIONANTE.

Vi o filme e confesso que fiquei muito, muito emocionado.

É como se o passado voltasse diante de mim. Olhei para mim mesmo como se tivesse outra vez 8 anos. Senti como se estivesse com meu velho pijama de criança tomando café no meio da sala da casa dos meus pais. A velha TV. A voz de Galvão Bueno - não sou muito fã dele hoje, mas antes era, de carteirinha.

Tantas sensações. As lembranças, emoções, alegrias e, mais ao fim: a tristeza.


O filme mexeu demais comigo. E despertou, novamente, em mim, a imagem do ídolo. Dei-me conta de que os anos passam muito rápido e de que eles são, em certos pontos, realmente cruéis conosco. Levam muito das lembranças.

Há coisas do ser humano e de seu corpo que me fascinam e me surpreendem mesmo eu sendo médico. Uma delas é o poder da nossa mente. Quem nunca lembrou de algo e no mesmo instante viveu ou sentiu algo como um cheiro ou um gosto do momento da lembrança?

Bom isso se chama Sinestesia; que nada mais é que a mistura de diferentes sentidos ou estímulos sensoriais.

Cito isso pois, ao ver o filme, muitos sentimentos vieram à tona. Cada cena do filme era uma página da minha memória que ia sendo relida e o pó sendo assoprado para bem longe para que tudo ficasse mais claro. Durante o filme, pude sentir o tapete da sala dos meus pais, o cheiro do café feito por meu pai, até um friozinho das manhãs de domingo. O mais impressionante foi eu me ver, ao final do filme, na mesma posição em que eu costuma ver as corridas quando, pequeno.

Veja o trailer do documentário e sinta um pouco do que eu estou falando.


Ayrton foi mais que um grande personagem da história do esporte brasileiro e mundial. Ele foi um grande personagem da procura por um mundo melhor. Foi uma pessoa que sabia o seu lugar. Sabia da sua importância. Da importância da sua imagem e o quão longe ela podia chegar. Sabia e, principalmente, não escondia a sua origem: um país pobre do grupo até então chamado de terceiro mundo. Ele sabia que podia fazer algo para mudar. Ele queria e se sentia na obrigação de retribuir tudo aquilo que ele possuía ou havia ganhado. Senna veio de uma família muito rica. Tinha tudo o que a grande e esmagadora maioria da população brasileira não tinha - e continua sem ter. Uma luz no fim do túnel: EDUCAÇÃO.

"Seja você quem for, seja qual for a posição social que você tenha na vida, a mais alta ou a mais baixa, tenha sempre como meta muita força, muita determinação e sempre faça tudo com muito amor e com muita fé em Deus, que um dia você chega lá. De alguma maneira você chega lá."
Ayrton Senna

"Se a gente quiser modificar alguma coisa, é pelas crianças que devemos começar, por meio da educação."
Ayrton Senna

Para mim, o que pode fazer qualquer coisa mudar neste mundo é a educação. As pessoas podem tirar quase tudo de você, mas jamais alguém vai conseguir tirar o seu conhecimento/pensamento. "A aprendizagem é um tesouro que segue seu dono em qualquer lugar".

Foi pensando nisso que ele, pouco tempo antes de partir, confidenciou à sua irmã, Viviane Senna, o desejo de realizar um projeto para pessoas menos favorecidas, embora, não soubesse por onde começar. Senna partiu sem ver o projeto se realizar, mas o mais importante ele fez: plantou a semente na mente da irmã o que anos mais tarde se tornaria o Instituto Ayrton Senna (site oficial). Mas este é assunto para outro dia. Ok?

A principal idéia de hoje - ou uma das - era levar até você o documentário e dizer o quanto vale a pena vê-lo. Outro ponto que eu queria mostrar é a importância que certas pessoas têm na nossa vida. Eu nunca conheci o Senna pessoalmente. Nem cheguei perto disso, mas ele me motivou e me motiva até hoje em certos pontos.

Sou apaixonado pela liderança. Ser líder é algo fascinante. É algo que nasce com cada um e cada um desenvolve à sua maneira; quando desenvolve. Senna foi um líder no seu tempo, embora, estivesse bem a frente dele. Ele desenvolveu a liderança que ele trazia dentro de si e mostrou ao Brasil e ao mundo o líder Senna.

A figura de um líder motiva demais quem está ao seu redor. Faz as pessoas se unirem, lutar, batalhar, reivindicar um objetivo ou idéias comuns. Eu procuro fazer minha parte e tentar motivar outras pessoas a fazerem o mesmo e assim criar uma corrente. Sei que, talvez, eu não mude o mundo, mas posso plantar uma semente em alguém que o faça num futuro próximo. Sou muito feliz e realizado e seria ótimo ver outras tantas pessoas se sentirem assim. Acho que era isso o que ele também pensava.

"O medo faz parte da vida da gente. Algumas pessoas não sabem como enfrentá-lo. Outras, acho que estou entre elas, aprendem a conviver com ele e o encaram não de forma negativa, mas como um sentimento de auto preservação."
Ayrton Senna


"Não sei dirigir de outra maneira que não seja arriscada. Quando tiver de ultrapassar vou ultrapassar mesmo. Cada piloto tem o seu limite. O meu é um pouco acima do dos outros."
Ayrton Senna

Bom pessoal. Era isso.

Quem conhecia espero ter trazido uma grata lembrança do nosso ídolo. Quem não conhecia fica o convite para conhecer ainda mais este ídolo que foi lá fora e mostrou que aqui existe um povo vitorioso; um ídolo que se sentia orgulhoso de dizer a cada oportunidade que vazia parte deste povo.

Ayrton Senna da Silva (1960 - 1994)

Um tempo atrás, escrevi num post perguntando o que você fazia e o quanto você gostava daquilo que fazia. Senna foi o que foi e marcou, até hoje, muitas pessoas pois era apaixonado por aquilo que fazia.

Certa vez, ao ser perguntado a respeito da morte, da exposição ao perigo e dos acidentes ele respondeu:

"Uma coisa específica que a F1 pode oferecer é a noção de que se está sempre exposto ao perigo. O perigo de ficar ferido, o perigo de morte."

E em outra entrevista ele disse:

"(...) E você pode morrer numa fração de segundo. Você percebe que não é ninguém. De repente, você não é nada e sua vida pode acabar de repente. (...) Isto faz parte de sua vida. Você pode enfrentar isto de modo calmo, profissional ou pode desistir, abandonar e não fazer mais isto. Acontece que gosto muito do que faço para apenas desistir. Não posso desistir. Faz parte da minha vida."


Até mais pessoal. Até nossa próxima conversa!

2 comentários:

wanderson disse...

Cara, estou aqui emocionado com tudo isso que voçê escreveu sobre nosso ídolo. Senti a mesma coisa que voçê ao ver o documentário, me vi sentado na casa da minha mãe só que um pouco mais novo que voçê (tinha apenas 6 para 7 anos) nas manhãs de domingo esperando ancioso a corrida começar.
Hoje em dia nem assisto mais F1, além de ela ter perdido aquela grande emoção, não tem nenhum piloto no momento que me faça ficar horas na frente da tv (pensei que o Massa fosse ser esse piloto mas me enganei).

Obs.: Adorei o blog, parabéns!!!

ANDRÉ DE ALMEIDA disse...

Pois é Wanderson,

Eu pensei que o Rubinho iria suprir essa falta quando ele foi para a Ferrari, mas... sem comentários. Rsrs

Andei vendo umas corridas este ano e me parece que o Sebastian "Tião" Vettel pode ser um grande piloto - além de parecer ser de bom caráter. Vamos aguardar mais um pouco.

Acho que a falta de grandes ídolos faz muito mal para todos nós. O último foi o Senna e depois o Ronaldo gordo.

Quem sabe não surge um por aí, né?!

Abraços e volte sempre ao blog.